Alumni UEL se despede de um de seus fundadores

Por Murilo Pajolla / Foto: Robson B. Sampaio

 

  • Compartilhe:

Faleceu um dos fundadores da Alumni UEL, Leonardo Alves. Dono de múltiplas aptidões, ele entrou na graduação de Artes Cênicas na Universidade Estadual de Londrina (UEL) em 2006. Nos seus 36 anos de vida, trilhou caminhos que passaram pelo esporte, pela dança, pelas artes plásticas e pela academia. 

Um artista da luz 

“O Léo, aquele ‘homão’ gigante, medindo 1,86, jogava rugby também. Foi da defesa do Londrina Rugby durante anos. E dançou balé por muito tempo, o que inclusive tornava ele um jogador excelente”, recorda a professora de Artes Cênicas da UEL e esposa de Leonardo, Sandra Parra.

Quando estudante da UEL, foi estagiário da Casa de Cultura, onde aprendeu a fazer iluminação cênica. Como iluminador, trabalhou no Festival Internacional de Londrina (FILO) e em espetáculos de formatura. 

Ao aprender o ofício, Leonardo vislumbrou a iluminação como uma forma de arte. “Para o Léo, essas questões sempre foram muito prementes. A questão de a gente existir no mundo politicamente. A questão do lugar da arte na formação do indivíduo e do cidadão”, afirma Sandra.

Especializou-se em Iluminação e Design de Interiores pelo Instituto de Pós-Graduação (IPOG). Posteriormente, tornou-se mestre em Artes Visuais pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

No mestrado, consolidou sua atuação como light artist, um artista da iluminação. Nessa área, em 2018 chegou a expor trabalhos em Portugal. “Ele gostava de artistas que fazem escultura com luz, usando não só o formato e o material das lâmpadas, mas as próprias luzes, sombras e cores que elas geram para criar formas, espaços e esculturas. É uma área de trabalho muito linda”, conta a esposa.

Participação na Alumni

Quando viu o chamado para a formação da Alumni UEL, decidiu participar da reunião. Em comum com a Associação, fazia a defesa convicta de uma universidade pública, gratuita e de qualidade, enquanto espaço plural e democrático. 

“Aí então ele se apaixonou, se entusiasmou e se filiou à Alumni. Sempre foi muito interessado. O Léo era amigo dos amigos. Era uma pessoa leal. Quando ele fechava com uma pessoa ou com um grupo, como no caso da Alumni, sai da frente! Porque ele levava aquilo a peito mesmo. Era uma pessoa na qual se podia confiar para estar do seu lado”, descreve Sandra.  

Cara de bravo, temperamento doce 

Em setembro do ano passado, Leonardo foi diagnosticado com câncer no esôfago. Encarou um tratamento difícil, mas que não conseguiu evitar a metástase. O fim da vida de Leonardo veio no dia 9 de julho, em função do desenvolvimento da doença.

“Ele tinha um bom humor e ao mesmo tempo uma irritação profunda. Nossa, quando ficava bravo, ficava pistola, com aquele vozeirão dele. Parecia que ia sair derrubando o mundo. Ao mesmo tempo, escutava, ouvia, arrazoava. Atrás daquela ‘fachadona’ de malvadão, aquele ‘barbão’, era uma pessoa muito doce”, relembra Sandra.

Partiu deixando a esposa, a filha Clara, de 8 anos, mãe, tia, irmã e dois sobrinhos, além de uma extensa família. A Alumni UEL lamenta a perda e manifesta seus agradecimentos a Leonardo pela dedicação à Associação.

Leonardo fica em nossos corações e em nossa história. Léo, presente!