Luto: Médico formado pela UEL, Clay Brites, deixa legado no estudo do autismo

Um mal súbito durante uma trilha de bicicleta com os amigos provocou a morte precoce do neurologista infantil Clay Brites, uma referência no diagnóstico e abordagem terapêutica de autismo e desenvolvimento intelectual.

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Faleceu no último sábado (11), em Londrina, o médico pediatra e neurologista infantil, especialista no tratamento de autistas, Clay Brites, aos 49 anos. Ele teve um mal súbito, enquanto fazia uma trilha de bicicleta com amigos. 

A morte foi confirmada pela esposa do profissional, a pedagoga pedagoga e doutoranda em Distúrbios do Desenvolvimento, Luciana Bites em um post nas redes sociais."Nós nos conhecemos em 1992 na UEL, passamos a namorar e lá se foram 30 anos", disse ela em entrevista à Folha de Londrina. O médico chegou a ser socorrido e encaminhado ao Hospital Evangélico de Londrina onde foi diagnosticada a parada cardíaca e apesar do atendimento,  não resistiu.

Desde o anúncio da confirmação da morte pela família, são inúmeras as manifestações de pesar, assim como o respeito pelo médico, referência no diagnóstico e abordagem terapêutica de TDAH, TOD e autismo e nomenclaturas associadas ao transtorno intelectual. Profissionais da saúde, educação, colegas da área, amigos e familiares de pacientes expuseram o sentimento de perda, mas também o reconhecimento pelo trabalho e dedicação de Brites, pois sua sensibilidade em lidar com os pacientes e seus familiares era diferenciada, como relata a reportagem.

Coautor ao lado da esposa Luciana Brites dos livros “Do que realmente seu filho precisa”, “Mentes Únicas”, este best-seller, e “Crianças Desafiadoras” (Editora Gente), em recente entrevista à Rádio EBC, Brites apresentou dados de pesquisas mostrando que os pais de crianças com TDAH têm maior nível de estresse do que os pais de crianças com asma. Ele explica que isso acontece porque é muito comum que as crianças com a síndrome sofram, por exemplo, mais acidentes, além de enfrentarem dificuldades no aprendizado, muitas vezes acarretando em reprovações na escola.

Clay Brites trabalhava no Instituto Neurosaber lado a lado com Luciana Brites, era membro da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria). Seu singular serviço prestado na Apae de Arapongas foi lembrado na data de seu falecimento com uma singela homenagem, assim como de dezenas de clínicas, grupos de estudo de autismo, médicos e entidades, que destacaram sua importância. Clay Brites deixa a esposa e três filhos: Heloisa, de 23 anos, Gustavo de 20 e o caçula Maurício, de 14. 

Médico graduado pela Universidade Estadual de Londrina em 1998, Brites atendia em seus consultórios em São Paulo, Londrina e realizava palestras por todo o País. Por meio de nota, a Associação Médica de Londrina declarou: "A Associação Médica de Londrina se solidariza com familiares e pacientes que eram atendidos pelo Dr. Clay Brites. É uma perda precoce na Medicina londrinense".

Via: Folha de Londrina

Foto: Arquivo pessoal