Reunião promovida pela Alumni UEL marca início de frente em defesa das universidades públicas do PR

Reitores das universidades paranaenses levaram demandas ao senador Álvaro Dias; "É de suma importância esse movimento que se inicia aqui", afirmou o parlamentar 

 

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Por Redação Alumni UEL

Convocada pela Associação de Ex-Alunos da Universidade Estadual de Londrina (Alumni UEL), a reunião realizada em Curitiba nesta quinta-feira (18) entre reitores das universidades estaduais do Paraná com o senador Álvaro Dias apontou caminhos para reversão do quadro de subfinanciamento do ensino superior público. 

Formado em História pela UEL, o senador ouviu demandas dos reitores e se prontificou a levá-las aos outros parlamentares que compõem a bancada paranaense no Senado, Flávio Arns e Oriovisto Guimarães, ambos do Podemos. 

“É possível atuar com emendas parlamentares que podem, por intermédio de deputados e senadores, transferir às universidades verbas da chamada emenda de bancada”, afirmou Dias.

Para a Alumni UEL, o encontro representa um primeiro passo bem sucedido rumo a uma articulação ampla em defesa da educação superior pública paranaense, englobando as instituições de ensino, a classe política e a sociedade civil. 

“Aqui nós entendemos a necessidade de trabalharmos em três frentes”, resume o conselheiro geral da Alumni UEL, Gilberto Martin. “A primeira é a parlamentar. Organizar no Senado, na Câmara e na Assembleia Legislativa uma frente de defesa das universidades públicas."

“Outra frente é a acadêmica”, continua. “Através dos reitores, serão sistematizadas as informações e demandas das universidades para levantar ainda mais alto essa bandeira”. 

“O terceiro passo é organizar, a partir da experiência da Alumni UEL, a criação de associações de ex-alunos para todas as universidades do Paraná, com o objetivo de estimular a interface entre a população e as instituições de ensino”, disse o conselheiro geral da Alumni UEL. 

“Nós precisamos demonstrar para a sociedade que as universidades públicas são fundamentais. Imagina o que seria de Londrina sem a UEL, de Maringá sem a UEM e de Ponto Grossa sem a UEPG?”, indaga Martin.

Na capital paranaense, a reunião foi realizada no Centro Cívico, na sede da Associação Paranaense das Instituições de Ensino Superior Público (Apiesp), que agrupa gestores das sete universidades estaduais.

São elas: Universidade Estadual de Londrina (UEL); Universidade Estadual de Maringá (UEM); Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG); Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste); Universidade Estadual do Centro Oeste do Paraná (Unicentro); Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP) e Universidade Estadual do Paraná (Unespar).

Fátima Aparecida da Cruz Padoan, reitora da UENP e presidente da Apiesp, salientou que o estrangulamento do orçamento vem dificultando a permanência dos alunos mais pobres matriculados na instituição, cujos campi ficam nas cidades de Bandeirantes, Jacarezinho e Cornélio Procópio, no Norte Pioneiro. 

“Uma questão muito importante para nós é a assistência estudantil. Nós tínhamos uma perspectiva de acesso a recursos federais quando aderimos ao Sisu [Sistema de Seleção Unificada do Ministério da Saúde], mas isso não se concretizou integralmente”, relatou a reitora.

"É de suma importância esse movimento que se inicia aqui. Especialmente porque há uma espécie de conspiração contra o ensino público superior. Há uma pregação contra o ensino público e os recursos cada vez mais escassos, dificultando a gestão das nossas universidades estaduais e federais”, declarou, ao final do encontro, o senador Álvaro Dias.

“A Universidade Pública e o Ensino Público de modo geral são nosso principal instrumento de desenvolvimento econômico, social e cultural do Brasil. O desmonte da Universidade Pública compromete gravemente o futuro do nosso país", complementou Marco Pellegrini, do Conselho de Eventos da Alumni UEL.

Articulações

Em Curitiba, os conselheiros da Alumni UEL Gilberto Martin e Marco Pellegrini selaram articulações com objetivo de fortalecer o ensino superior público paranaense. Em visita à Assembleia Legislativa, a Associação se reuniu com o deputado Luiz Claudio Romanelli (PSB).

“O corte de verbas para o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico pelo governo federal afeta fortemente a participação de estudantes em programas de pesquisa fundamentais na UEL e em outras universidades públicas. É preciso evitar o desmanche da educação superior e da produção científica”, enfatizou o parlamentar. 

Os conselheiros da Alumni foram ao gabinete do deputado estadual Goura (PDT), um dos 18 parlamentares que apoiaram a criação, em 2018, da Frente Parlamentar de Promoção e Defesa das Universidades Públicas do Paraná. 

“A Alumni ofereceu apoio à retomada dessa Frente e participará da audiência pública a ser realizada no dia 8 de dezembro”, explicou Pellegrini. 

O chefe do Gabinete do governador Carlos Massa Ratinho Júnior (PSC), Daniel Wesley Vilas Bôas Rocha, também recebeu os conselheiros da Alumni no Palácio Iguaçu. 

Rocha manifestou apoio à continuidade das atividades de pesquisa e ensino, embora tenha argumentado que a escassez de recursos disponíveis obrigue o governo a otimizar ao máximo, do ponto de vista financeiro, o funcionamento das universidades. 

Ainda na capital, os conselheiros da Alumni UEL foram recepcionados para um almoço na Associação Médica do Paraná (AMP). 

O presidente da AMP, Nerlan Tadeu Gonçalves de Carvalho, destacou a importância da UEL na formação de profissionais qualificados na área da saúde e saudou a iniciativa da Associação de lutar pela continuidade do ensino público, gratuito e de qualidade.