UEL ganha política de combate à discriminação racial

A criação de uma política permanente de combate ao racismo foi tema de uma reunião realizada na semana passada, quando foi criado um Grupo de Trabalho formado por membros de diferentes setores da Universidade

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A UEL vai criar uma política permanente de enfrentamento à discriminação racial com o objetivo de institucionalizar ações formativas de combate ao racismo. Com isso, a instituição ainda pretende aumentar o engajamento da comunidade universitária sobre o tema dentro e fora da Universidade. A criação de uma política permanente de combate ao racismo foi tema de uma reunião realizada na semana passada, quando foi criado um Grupo de Trabalho formado por membros de diferentes setores da Universidade, como Pró-Reitoria de Planejamento (Proplan), Núcleo de Estudo Afro-brasileiros (Neab) e Comissão Universidade para os Índios (Cuia). O grupo dará início à formulação da política através da sistematização das ações que já são realizadas. O objetivo é fortalecer estas ações para em seguida, trabalhar no processo de formação dos alunos de graduação e pós-graduação. 

Em entrevista ao O Perobal, a reitora da UEL, Marta Favaro afirmou que  a implementação de uma política permanente de combate ao racismo representa um marco importante na história da instituição, uma vez que reafirma e fortalece o papel da UEL como uma instituição antirracista. Vale lembrar que a UEL foi uma das primeiras universidades públicas do País a implementar o sistema de cotas raciais em seu vestibular e recentemente firmou um pacto de combate ao racismo com o Ministério Público do Paraná (MP/PR).  

“No momento em que a instituição constitui uma política, ela vai desenvolver ações que são constantes. São estas ações que poderão provocar uma desconstrução da forma como nós lidamos, às vezes, de forma racista, e vamos ter condições de combater este racismo estrutural. Isso só é possível pelo processo de formação, por isso as ações precisam ser sistematizadas e em rede porque você fortalece quando você se aproxima daqueles que já estão fazendo”, avaliou a reitora. Dentre as principais propostas que já foram brevemente mencionadas durante a reunião, está a criação de disciplinas eletivas que possam abordar a perspectiva antirracista na formação ofertada pela universidade. 

De acordo com Gilberto Berguio Martin, conselheiro geral da Alumni UEL, é importante termos a grandeza humanística de reconhecer a existência do racismo latente e sermos muito firmes no combate do mesmo. No começo de julho, a Alumni UEL promoveu o seu primeiro evento relacionado ao tema, com a palestra com o escritor e jornalista paranaense Laurentino Gomes. “Termos ainda a grandeza de saber que precisamos compensar tudo o que foi negado e/ou tirado dos brasileiros que descendem dos povos africanos que garantiram a construção de nosso país. Por isso a importância da política social de quotas, por exemplo. Por isso a necessidade de ampliarmos as oportunidades a estes brasileiros. Por isso a importância fundamental de sermos antirracistas e combatermos com veemência qualquer forma de racismo entre nós”, afirma. A palestra "A Escravidão e a Semente do Racismo no Brasil” pode ser assistida no canal Youtube da Alumni UEL

 

Foto: O Perobal