Membro da Alumni UEL recebe com Prêmio Tereza de Benguela

O coletivo Black Divas homenageou mulheres negras com a entrega do Prêmio Tereza de Benguela a personalidades que representam toda a diversidade da mulher negra dentro da sociedade londrinense. Maria Eugênia de Almeida Pinto, membro da Alumni UEL, está entre as mulheres premiadas.

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O coletivo Black Divas homenageou mulheres negras no último sábado (30 de julho) com a entrega do Prêmio Tereza de Benguela a personalidades que representam toda a diversidade da mulher negra dentro da sociedade londrinense. Essa foi a primeira edição do prêmio e marcou o “Julho das Pretas”, mês que também é celebrado o Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha e o Dia Nacional de Tereza de Benguela, ambos em 25 de julho. Maria Eugênia de Almeida Pinto, membro da Alumni UEL, está entre as mulheres premiadas. No total, foram 25 mulheres contempladas e todas com uma coisa em comum: as vivências entrecortadas pelo preconceito desde a infância. 

Maria Eugênia de Almeida Pinto é graduada em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Londrina, militante desde a juventude e ex-presidenta do CMPIR,  e disso à reportagem da Rede Lume, que acompanhou a premiação, que “ser mulher negra é levantar e seguir em frente o tempo todo”. Na sua fala, Maria Eugênia fez questão de reverenciar Yá Mukumbi (Vilma Santos de Oliveira, militante histórica do movimento negro e mãe de santo vitimada em uma chacina em Londrina, em 2013). “Ela, com a religiosidade, ensinou todos os dias pra gente o que é ser negro e a necessidade que nós temos de fazer o que estamos fazendo aqui”, afirma. “Nunca perco a oportunidade de falar das mulheres da minha vida. Minha mãe veio do Nordeste. A primeira vez que ela tomou banho de banheira ficou desesperada, porque viu a água indo embora. É uma nordestina que sabe o que é a seca, o que é a fome. Elas esticavam o cabelo da gente, torciam para que a gente tivesse um companheiro branco para que os filhos nascessem mais branquinhos”, relembra. 

Confira no site da Rede Lume de Jornalistas como foi a cerimônia de entrega do 1º Prêmio Tereza de Benguela, as fotos de Bruno Mazzoni da entrega dos prêmios e entrevistas com outras mulheres inspiradoras. 

Ainda durante a cerimônia, a vereadora Lu Oliveira (PL)  apresentou o projeto de lei de sua autoria que institui no calendário do município o Dia Municipal da Tereza de Benguela e da Mulher Negra, a ser comemorado em 25 de julho. Pelo projeto, que ainda será apreciado pelas comissões e votado pela Câmara de Vereadores, a data tem a finalidade de ampliar o conhecimento sobre o tema e potencializar atividades e ações que englobem o tema da mulher negra no município.

 Sandra Mara Aguilera, coordenadora geral do Black Divas, destacou a importância de parceiros antirracistas para o avanço nos direitos da população negra. “Acredito que essa é uma das ações que nos fará chegar a esse objetivo. Nós mulheres negras precisamos caminhar e continuar juntas. Estamos cansadas de ver mulheres negra lutando na contar mão das pautas e demandas que nos cercam, nos oprimem. Essas ações e demandas que pautamos são para todas, e precisamos da construção do fortalecimento e só juntas conseguiremos, porque lá fora, quando a porta da luta se abre, tem muita gente batendo na mulher negra em todos os aspectos em nosso país”, disse à reportagem da Rede Lume de Jornalistas.

Foto: Cecília França/Rede Lume