Professores lançam livro sobre fake news, jornalismo e política

Clodomiro Bannwart, Elve Cenci e Fabio Silveira, todos professores da UEL lançam no dia 27 de setembro, livros que trazem reflexões e estudos feitos dentro da universidade, mas que procuram dialogar, tanto com o público interno quanto externo à academia. Bannwart e Silveira também são ex-alunos da UEL.

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Nos últimos anos a expressão fake news se tornou frequente no debate público e em processos eleitorais no Brasil e no mundo. A partir da eleição vencida por Donald Trump nos EUA e da vitória em plebiscito da tese da saída do Reino Unido da União Europeia, que ficou conhecida como Brexit, ambas em 2016, não só a expressão, como as máquinas de difundir mentiras se tornaram foco das atenções, tanto na política quanto na academia. 

Foi a preocupação com a questão das fake news e seus impactos no jornalismo e na política, que levou os professores de Filosofia Política Clodomiro Bannwart e Elve Cenci e o jornalista e professor de Jornalismo Fábio Silveira, todos da Universidade Estadual de Londrina (UEL) a escrever “Fake News – impacto no jornalismo e na política”, livro que será lançado no dia 27 de setembro, pela editora Engenho das Letras, em Londrina, no Somtam Cozinha Asiática, às 19h, no Aurora Shopping. O livro é composto por ensaios que trazem reflexões e estudos feitos dentro da universidade, mas procura dialogar, tanto com o público interno quanto externo à academia. Bannwart e Silveira são também ex-alunos da UEL. 

Os textos trazem a preocupação tanto de compreender e delimitar o fenômeno, quanto seus reflexos em três esferas fundamentais para o debate público. O prefácio foi escrito pelo jornalista curitibano Rogerio Galindo. 

GENTILEZA - Na ocasião, Clodomiro Bannwart também lança, sempre pela Editora Engenho, o livro “Política sem ofensa. Por gentileza!”. A obra parte do pressuposto de cada pessoa tem uma visão e leitura de mundo formatada a partir dos insumos que ela dispõe ou teve acesso. Entra no combo de sua cosmovisão os valores herdados, o tempo de escolarização, a quantidade de livros lidos durante a vida, a tendência de acomodar-se dentro de uma ideologia – de esquerda, centro ou direita, conservadora ou progressista, religiosa ou secular, liberal, republicana ou socialista –, além da maneira com lê, interpreta e critica os fatos políticos produzidos no dia a dia, sem desconsiderar, é claro, os filtros pelos quais as notícias são disponibilizadas.

O autor afirma que é preciso perceber que existe uma pluralidade de formas de ver, de entender e de doar sentido às experiências vivenciadas. Observar essa gama de experiências, que é alcançada de forma pessoal, é o primeiro passo para reconhecer o direito fundamental de cada um pensar da forma como pensa. Qualquer interlocução, de concordância ou discordância, deve ocorrer com base nas ideias ofertadas ao debate, jamais no emprego de adjetivos pejorativos que visam atacar a integridade do outro. O que move o mundo são as ideias. São elas que devem ser discutidas, refletidas e tematizadas no espaço público.

A ideia do livro é chamar a atenção, de forma simples e acessível, para a infraestrutura democrática na qual o debate político ocorre, colocando-o em um nível mais elevado e qualificado. Discutir posições políticas não é chamar o outro para briga. É, antes de tudo, apostar na capacidade do diálogo – “dia” que significa “por intermédio de” e “logos” que denota “razão, palavra”. É confiar que “por intermédio da razão e da palavra” é possível transformar a conversa em uma oficina de novas experiências, marcada por um mútuo aprendizado.

O livro aposta na cidadania, na capacidade de as pessoas ofertar ao debate público argumentos e justificações racionais para acordos políticos e que saibam proclamar a gramática do respeito, da tolerância e da justiça. A política é um ato civilizacional importante e precisamos não apenas preservá-la, mas aperfeiçoá-la também. E isso começa por entendê-la.

Sobre os autores 

Clodomiro José Bannwart Júnior é graduado em Filosofia pela UEL e em Direito, com Mestrado, Doutorado e Pós-doutorado pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). É também Especialista em Direito Eleitoral e Processo Eleitoral. Professor Associado do Departamento de Filosofia e dos Programas de Mestrado e de Doutorado em Direito Negocial da Universidade Estadual de Londrina. Coordenador do Curso de Especialização em Filosofia Política e Jurídica da UEL. Membro da Academia de Letras, Ciências e Artes de Londrina. Autor e coautor de obras acadêmicas nas áreas da Filosofia e do Direito. 

 

Elve Miguel Cenci é graduado em Filosofia e Direito, com Mestrado pela PUC/RS e Doutorado pela UFRJ. É docente do curso de Especialização em Filosofia Política e Jurídica e professor permanente e coordenador do Programa de Mestrado e Doutorado em Direito Negocial da UEL. Comenta política para a Rádio CBN Londrina.

Fábio Alves Silveira é graduado em Jornalismo pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), com doutorado em Comunicação pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e pós-doutorado no Programa de Pós-Graduação em Comunicação na UEL. Como jornalista trabalhou como repórter na Folha de S. Paulo, foi repórter, colunista de política e editorialista do Jornal de Londrina, comentarista de política e também repórter na Rede Paranaense de Comunicação (RPC), em Londrina. É professor assistente no curso de Comunicação da UEL.